ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-7-2012.

 


Aos quatro dias do mês de julho do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e dois minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Pedro Ruas, Professor Garcia, Sebastião Melo, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 034/12 (Processo nº 1669/12), por vinte e oito votos SIM, após ser discutido pelos vereadores Carlos Todeschini e Nelcir Tessaro e encaminhado à votação pelos vereadores Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto e Nelcir Tessaro e pela vereadora Maria Celeste, em votação nominal solicitada pelos vereadores Tarciso Flecha Negra e Mauro Pinheiro, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Às dezessete horas e seis minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher, Fernanda Melchionna e Carlos Todeschini e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1669/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/12, que autoriza o Poder Executivo a prorrogar a vigência da admissão temporária de excepcional interesse público de Agentes Comunitários de Saúde, e dá outras providências.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Idenir Cecchim: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 04-07-12.

 

A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PLE nº 034/12. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 034/12.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver.ª Fernanda Melchionna, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu não vou usar os cinco minutos para falar, não vou usar nem três, mas vou continuar o debate a que assistia, como Presidente dos trabalhos, proposto pela Ver.ª Sofia Cavedon e pelo Ver. Comassetto, porque, de novo, nós recebemos um Projeto, ontem, que tem prazo até hoje para percorrer todo o ritual, depois de o ato se repetir por cinco vezes nesta legislatura, sobre a renovação do contrato dos agentes comunitários de Saúde.

Evidentemente, nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Comassetto, preocupados com a questão da Saúde pública, estamos aqui para dar quórum para realizar essa votação, para que tenhamos os agentes contratados, Ver.ª Sofia. Agora, não dá para dizer que não é uma grande incompetência. É uma grande incompetência do Governo novamente mandar, no último dia, um Projeto que corre o risco de não ser votado, Ver.ª Maria Celeste. Ele está sendo votado porque nós, da oposição, estamos aqui garantindo o quórum e preocupados com a Saúde.

Nós não deveríamos aceitar esse tipo de coisa, porque vem com um atraso dessa natureza, de novo, no último dia, para percorrer todas as etapas de tramitação do Projeto.

 

A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Todeschini. Infelizmente, a gestão da Saúde se caracteriza, em grande medida, pela provisoriedade, pela eventualidade e pela temporalidade, sendo que isso dá uma descontinuidade muito grande ao atendimento. Nós temos pessoas sempre voltando ao início, quer dizer, elas pegam um exame, não conseguem entregar ao médico, aí aparece um problema mais grave, e elas vão para uma emergência. Essa urgência na votação que estamos fazendo, cumprindo o nosso papel, é demonstrativa disso, ou seja, de o Governo estar improvisando na Saúde também.

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, Ver.ª Sofia. Então nós somos obrigados, Ver. João Antonio Dib, a fazer o registro de que não estamos conseguindo, infelizmente, ver aquilo que é anunciado, de a Saúde estar muito bem, de ser muito competente, etc. e tal, independentemente dos recursos, porque essa é uma demonstração típica da falta de gestão, de iniciativa, de competência e de planejamento da Secretaria. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLE nº 034/12.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, nós estamos aqui hoje cumprindo com o nosso dever de estar presentes nas Sessões. Eu olho para o painel e vejo que seis, sete Vereadores da base do Governo não estão presentes, mas eu quero dizer que, todas as segundas e quartas-feiras, nós temos a Ordem do Dia, e é obrigação de todos os Vereadores estarmos aqui presentes, isto é o mais importante. Isto é o mais importante, Ver. Valter: estarmos presentes aqui.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)

 

O SR. NELCIR TESSARO: Não, ela não está em Brasília, está em licença médica, e o Prefeito está no seu horário de expediente no TRE.

Mas fez bem a Ver.ª Maria Celeste quando disse que este Projeto chegou ontem aqui, e foram três sessões hoje, para votarmos hoje. Nesta Casa existe uma incoerência muito grande! Eu lembro muito bem que, quando chegou um Projeto dos Procuradores, no mês de dezembro de 2011, exatamente em 21 de dezembro de 2011, que nós queríamos votar no mês de maio, Ver. Sebastião Melo, esta Casa e o Governo não queriam votar, porque era muito rápido. Era muito rápido seis meses para votar; agora é muito tempo seis horas para votar! Olhem a incoerência: seis meses é muito rápido; seis horas é muito tempo! Será que é assim que se procede na aprovação de projetos, na organização dos projetos que têm que vir para esta Câmara para serem discutidos, analisados e votados?

Nós sabemos a necessidade da aprovação deste Projeto, porque vai prejudicar, caso não seja aprovado, os nossos agentes comunitários de saúde. O Executivo não perde nada, quem perde é a população, que não vai ter os seus agentes trabalhando para a Saúde em Porto Alegre. Porque este Projeto já deveria estar aqui há longa data, e não esteve no tempo em que deveria estar. Então é lamentável, mais uma vez.

Da mesma forma, é lamentável que se dizia, no ano passado, que, no mês de agosto, já estariam contratadas as lotações da Restinga; o Ver. Comassetto estava lá ontem. No mês de agosto, exatamente um ano depois, estariam os lotações funcionando para aquela população, e o mês de agosto vai ser a abertura do edital. Com toda a certeza, no mês de dezembro, ou no ano que vem, aquela população terá o que foi prometido.

Então, é um peso para uma coisa, outro peso para outra! Esta Casa não é para conceder ou ceder favores ou privilégios, esta Casa é para atender toda a comunidade em condições de igualdade! Eu vejo aqui os meus Pares cumprindo com o seu dever de estarem presentes nesta Sessão Extraordinária, mas eu quero criticar a forma como as coisas vêm vindo, da necessidade, da continuidade de o Governo ter esse contrato prorrogado por mais um ano, mas que aconteça esse concurso público, para que não precisemos mais, todos os anos – e, no ano que vem, quem estiver aqui, vai pensar: “novamente?”, e espero que não –, prorrogar mais uma vez esse contrato que não deveria ser prorrogado! Não deveria ser prorrogado! Então, é lamentável! Eu quero dizer que a nossa Bancada está aqui porque é o dever de todos estarem presentes neste dia, mas discordamos com a forma de tratamento das discussões e aprovações dos projetos do Executivo como aqui acontecem.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em votação o PLE nº 034/12. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 034/12.

 

O SR. DR. GOULART: Ver.ª Fernanda Melchionna, presidindo os trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há alguns anos, tocou para mim uma tarefa que eu imaginei que fosse uma graça na minha vida, porque me fez amadurecer muito para a vida pública, que foi a de ser Secretário de Saúde de Cachoeirinha. E lá eu conversei com o então Prefeito Valdecir, dizendo a ele da importância de contratar agentes comunitários de saúde. É uma classe muito laboriosa, é uma classe muito importante, é uma classe bendita! Como eu disse num aparte à Ver.ª Sofia Cavedon, são essas pessoas que vão dentro das casas ver quem é que está vacinado, quem é que está fazendo pré-natal, quem é que colheu o preventivo de câncer. Então, é uma bênção que não está sendo reconhecida pelo Brasil, por todos os Governos, Fernando Henrique, Lula e agora a Presidente Dilma, que é colocar como carreira de Estado, a começar pelo agente comunitário de saúde, até o médico-cirurgião.

É uma pena que estejamos votando, neste momento, só a extensão da carta-compromisso; o que se deveria estar fazendo era nomear essas pessoas que já têm concurso feito inclusive. Lá em Cachoeirinha, há 12 anos, nós contratamos os agentes comunitários de saúde, e aqui em Porto Alegre ainda não conseguimos, assim como na maior parte das capitais do Brasil. No Nordeste e alguns Estados no Norte, contratam agente porque não há ninguém para atender. Não tem parteira, não tem médico, dentista, nada, mas tem agente comunitário de saúde.

Eu queria dizer que a nossa Bancada, segundo conversa com o nosso Líder, Ver. DJ Cassiá, vai votar toda a favor dessa extensão; porém, vai mandar para o Secretário de Saúde um ofício pedindo que ele comece a se movimentar para que essas pessoas sentem praça no Governo Municipal, sejam funcionários do Governo Municipal. E aí eles vão encontrar um problema que é não ter como encaminhar cirurgias. A Ver.ª Sofia Cavedon também disse que, no plano municipal, existem médicos de base, mas não existem especialistas, os especialistas estão nos hospitais. E, para uma pessoa encaminhada por um agente comunitário de saúde chegar a um hospital para ser operada, é uma odisseia, uma epopeia, uma escalada ao Monte Everest!

Vou convidar o Ver. Dib a se associar a uma ideia, pela experiência que tem: a de criarmos um hospital novo para que os agentes comunitários de saúde na ponta possam encaminhar para as cirurgias eletivas aquelas cirurgias que não são de urgência e que, por isso, ficam com seus encaminhamentos guardados nas gavetas. Em cinco, seis dias, abrirmos um hospital novo na cidade de Porto Alegre sem gastar um tostão, sem elevar um edifício. Nós temos que abrir, à semelhança dos hospitais privados, os blocos cirúrgicos dos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital Presidente Vargas. Depois vamos para o Hospital do Exército, que é um monstro de um hospital que trabalha muito pouco, atende muito pouco! Tem que atender o SUS, que está engavetado! O Hospital da Brigada é da mesma forma: atende bastante, mas ainda é pouco. Então, meus senhores e minhas senhoras, vamos abrir um novo hospital em Porto Alegre em cinco dias! É só haver boa vontade, determinação, vontade política do Governo Municipal, do Governo Federal – que é dono dessas posições – e dos nossos gestores.

Já falei com o Dr. Nery Paes, do Grupo Hospitalar Conceição, grande médico, e ele acha que é uma boa ideia; já conversei com o Secretário Marcelo Bosio ontem, aqui, na nossa Sessão Solene em homenagem ao Hospital Ernesto Dornelles, e ele disse que é bom; falei com o ex-Secretário Casartelli, que me disse que também acha boa a ideia. Gasta-se algum dinheiro, mas para pagar funcionários e médicos. A estrutura está pronta, mas a estrutura está ociosa, senhores, a estrutura está parada! Nesses hospitais, as cirurgias terminam ao meio-dia de sexta-feira, ou seja, sexta-feira de tarde, não tem cirurgia; sábado; não tem cirurgia; domingo; não tem cirurgia! Onde é que estão acontecendo as cirurgias nesses dias? No Hospital Moinhos de Vento, no Hospital Mãe de Deus e no Hospital Divina Providência. Precisamos abrir um hospital rápido, Ver. Dib e Ver. Nedel! A nossa gente está precisando se operar, Ver.ª Maria Celeste! Precisamos abrir! Vai-se gastar muito pouco. Muito pouco! Muito obrigado por terem me ouvido. Vamos abraçar esta causa, todos juntos, porque o povo precisa disso e está nos esperando. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Mauro Zacher reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 034/12.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, eu acho fundamental a presença do agente comunitário de saúde, principalmente nas regiões mais periféricas da Cidade, onde temos a maior dificuldade de acesso ao Sistema de Saúde. Sem dúvida nenhuma, é fundamental que, nessas unidades, nós efetivamente possamos estimular uma presença cada vez maior do agente comunitário de saúde. Mas não é só ele o ente fundamental nessas unidades mais periféricas da Cidade, é fundamental também o agente de combate a endemias. Todos sabem que Porto Alegre passou, há cerca de um, dois anos, grande medo no que se refere à questão da gripe H1N1. Tivemos outras dificuldades, mas, sem dúvida nenhuma, tivemos a iminência de um processo de dengue que acabou atingindo outras grandes capitais do País e que, muito pela abnegação dos profissionais que trabalham aqui, nós não tivemos o avançar desse processo.

Quando se fala em PSF, é fundamental que a gente possa prever uma equipe completa, com dois técnicos de enfermagem, com uma enfermeira e com um profissional médico. O Ver. Comassetto veio a esta tribuna nesta semana dizer que defendemos os profissionais médicos. Sem dúvida nenhuma, a gente defende os profissionais médicos, defende os profissionais do Município, porque não são eles os causadores do problema de saúde no Município de Porto Alegre, eles são o início da solução e trabalham muito por esta Cidade.

Quero falar também da necessidade - a partir do momento em que tivermos mais agentes comunitários de saúde - de podermos ampliar principalmente os PSFs para o turno da noite, o terceiro turno de atendimento, com atendimento das 18 às 21 horas; Projeto aprovado nesta Casa e que, sem dúvida nenhuma, possibilitará ao trabalhador, àquela pessoa que trabalha até as 18 horas, ter acesso à consulta médica até as 20 horas. Talvez um dos grandes problemas em Saúde pública, não só em Porto Alegre, mas em todo País, seja o acesso ao sistema, assim como a dificuldade do acesso ao planejamento familiar. Acho que a cada dia temos que ampliar esse processo.

Sr. Presidente e Mesa, Ver. Haroldo, Ver.ª Fernanda, Ver. Todeschini, eu acho que temos que pensar melhor nesse software que registra as presenças, porque hoje eu sou um ghost, sou um fantasma, estou ausente na lista de presenças. Foi falado pelo Ver. Todeschini, há não mais que 10 minutos, “assinalo ainda a presença do Ver. Dr. Thiago, do Ver. Comassetto”, mas não sei por que a nossa presença não está registrada. Então, acho importante que a gente possa fazer uma franca auditoria nesse nosso sistema, pois não é a primeira vez que isso ocorre. Ou, então, se é uma falha deste Vereador, que a gente reconsidere algumas coisas. Se existem vários momentos de Ordem do Dia aqui, é importante que se contabilizem todos. Assim, eu acho importante fazer essa reflexão, porque eu não sou um ghost, eu não estou aqui como fantasma. Presidente, estou encaminhando isso. Sei que não é só responsabilidade sua, mas é importante que a gente possa corrigir esses processos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 034/12.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; meus colegas Vereadoras e Vereadores, eu confesso a todos os senhores e senhoras que jamais a Bancada do Partido dos Trabalhadores votará contra a Saúde no Município de Porto Alegre, mas nós temos que registrar aqui a falta de gestão na Pasta da Saúde e os desmandos que acontecem nessa área. Eu ouvi o meu colega, o Ver. Dr. Thiago, e fiquei imaginando que a cidade em que ele vive não é a mesma em que eu vivo e onde a população busca saúde, porque essa maravilha da Saúde não existe em Porto Alegre, Ver. Mauro Pinheiro! Todas as pesquisas de opinião apontam como principal problema de Porto Alegre a Saúde. E, vejam bem, essa Saúde de Porto Alegre que só tem recebido mais recursos do Governo Federal, porque, no ano de 2003, recebia do Governo Federal, em um valor atualizado, R$ 398 milhões, o que dava um valor per capita de R$ 289,00. Hoje, no ano de 2012, recebe R$ 547 milhões, ou seja, R$ 386,00 per capita. O aumento de repasse do Governo Federal para Porto Alegre foi de mais de R$ 100,00. Agora, para onde vai esse recurso?

E, pessoal, como nós estamos nos aproximando de um período eleitoral, eu quero trazer aqui que isso foi do José Alberto Fogaça, na última eleição, época em que anunciou que deixaria Porto Alegre (Mostra reportagem.) com 255 equipes da Saúde da Família. E aí o seguinte: onde trabalham esses agentes de saúde que nós estamos votando aqui? Justamente para atuar na Saúde da Família. Não aumentou nenhuma equipe, não realizou o que deveria ter sido feito, proporcionar uma carreira definitiva para os agentes de saúde.

Mandam, na última hora, um Projeto, com o Prefeito Fortunati, dando continuidade a esse descaso do Fogaça em relação à Saúde. Mandam, na última hora, um Projeto. Este Projeto chegou a esta Casa, Ver. Mauro Zacher, ontem à tarde, e nós estamos aqui. Quem está dando quórum aqui é a oposição. A oposição está aqui para votar este Projeto em nome da Saúde de Porto Alegre, e não em nome da falta de gestão da Saúde pública no Município de Porto Alegre! É isso que nós temos que registrar!

Nós queremos que a Saúde de Porto Alegre, que os cofres públicos sejam ressarcidos dos R$ 10 milhões que foram roubados pelo Instituto Sollus e que, até hoje, não têm responsabilização. A população toda carece de uma melhor gestão na Saúde. Não existe controle de gestão na Saúde pública, as filas são imensas, as pessoas passam a madrugada em uma fila e, quando chegam lá, há 5 fichas, 7 fichas, 10 fichas, mas há 50, 70, 80, 90 pessoas na fila, que voltam no outro dia! Isso não pode acontecer. Onde está o sistema integrado de registro da Saúde? Ver. Dr. Goulart, a sua fala aqui, como médico, foi muito fácil, mas tem que fazer a crítica na Saúde de Porto Alegre, que não tem gestão. É isso que precisamos dizer. Ela não está integrada ao Governo do Estado, ela não está integrada ao Governo Federal. Esta é a realidade, e os números mostram isso. A ilha da fantasia, na Saúde de Porto Alegre, existe só aqui nesta tribuna pelos Vereadores de situação, porque essa realidade não é a realidade que o povo vive na cidade de Porto Alegre.

Portanto, este é o momento de reflexão. Mais uma vez, meu prezado Ver. João Antonio Dib, queria registrar aqui que este Projeto será votado mesmo no afogadilho porque a oposição está aqui dando quórum e acordo para que isso aconteça, e isso tem que ser reconhecido pelos Vereadores de situação, porque, se fosse pela base da situação, que tem maioria, não haveria quórum aqui para se votar. Então, Prefeito Fortunati, olhe aqui para essa base que inclusive não lhe dá sustentação, porque quem dá sustentação nestes momentos é a oposição, e falo aqui, com muita tranquilidade, em nome da oposição. Votaremos em nome da qualidade do trabalho dos agentes de saúde e da população de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 034/12.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, venho aqui falar, em nome do PSB, sobre este Projeto que visa a dar continuidade à contratação dos agentes de saúde, tema muito importante para esta Capital. Mas venho também a esta tribuna para dizer, Ver. Dr. Goulart - e eu tenho certeza disso, pelas ideias que falou aqui o Ver. Dr. Goulart -, que eu sempre quis que o senhor fosse o Secretário da Saúde. Deveriam ter acatado as suas ideias, e poderiam ser implantadas melhores ações para a Saúde neste Município, com mais leitos, com abertura dos hospitais, abertura em turno inverso... Então, é lamentável que o Ver. Dr. Goulart não estivesse lá na Secretaria da Saúde, onde poderia desempenhar um trabalho e talvez não tivéssemos tantos problemas quanto os que temos hoje na Saúde deste Município.

Eu quero dizer que são 17h e que estamos aqui para votar, embora eu já tenha dito anteriormente que projetos de interesse do Município, projetos de interesse da população não devem ser tratados dessa maneira, e sim encaminhados com a devida antecedência para votação. Mas estamos aqui para votação e para dizermos que somos, sim, a favor da população e a favor dos agentes de saúde, que não podem perder seus empregos. Da maneira como estão, eles não podem ser nomeados diretamente, porque a legislação ainda não está adequada para que possam passar a cargos efetivos, pois não são concursados.

Mas, ao longo do tempo, com a implementação da Saúde pública de Porto Alegre, de seus projetos de gestão, a Saúde pode ser melhor atendida. Por isso defendemos também que a nossa Saúde pública, Ver. Todeschini, seja, por exemplo, como Canoas, onde está-se fazendo uma bela gestão. Estive lá conhecendo o trabalho, uma magnífica atuação em que a marcação de consulta dá-se de uma forma informatizada e com pronto retorno para as pessoas que buscam atendimento, que não precisam ficar de madrugada nos postos de saúde para apenas agendar a consulta e depois, na outra madrugada, serem atendidas.

É lamentável que a nossa população sofra, mas eu quero dizer, em nome da nossa Bancada, que estamos aqui para votar, porque entendemos a necessidade deste Projeto. Digo-o em nome da população, em nome dos agentes de saúde, que lamentavelmente não têm culpa nenhuma por esse Projeto ter estado tanto tempo em gestão e apenas ontem ter chegado à nossa Câmara de Vereadores, para realizarmos quatro Sessões no dia de hoje – quatro Sessões no mesmo dia! –, e aí, sim, levarmos à sua aprovação.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 034/12, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, rapidamente, para agilizar os trabalhos, depois de tudo que ouvi nesta tribuna, especialmente dos Vereadores da situação, percebo que a vida real na cidade de Porto Alegre, especialmente em relação ao tema da Saúde, é completamente distanciada da opinião que o próprio Governo tem sobre Saúde enquanto gestor público. E nos causa muita estranheza, Ver. João Antonio Dib, o senhor, que é tão cuidadoso enquanto Líder do Governo, receber um projeto como este, desta magnitude, desta importância... Já pela segunda ou terceira vez, estamos aqui ajudando o Governo, por sua incompetência na renovação dos contratos com os agentes comunitários da cidade de Porto Alegre, um tema candente, um tema tão importante, e já ouvi, por diversas vezes, de parte do Prefeito Municipal, que a sua principal prioridade no Município é o tema do Programa de Estratégia da Família. Todos nós concordamos com esta importância, mas parece que, na prática, isto não está se dando. Já é a segunda ou terceira vez que vamos renovar os contratos das agentes comunitárias; o concurso foi feito de uma forma um tanto quanto ainda não bem esclarecida; os resultados já saíram, não foram chamadas as pessoas para os concursos, não foram adequadas e não foram levados em conta principalmente a história, o compromisso, o vínculo das agentes comunitárias atuais com as comunidades, o que deveria ter sido pontuado no concurso efetivo e não foi.

Portanto, nós, a oposição da Cidade, estamos aqui levantando, mais uma vez, uma bandeira que é pela Saúde de toda a população de Porto Alegre. Nós estamos aqui não é porque o Governo encaminhou este Projeto açodadamente: nós estamos aqui permanecendo cuidadores, às 17h10min, nesta tarde. A maioria dos Vereadores deste plenário é de oposição, estamos aqui cumprindo uma tarefa que é do Governo, mas é uma tarefa da Cidade, em respeito ao porto-alegrense, em respeito aos agentes comunitários e agentes comunitárias dos PSFs da nossa Cidade, porque a Saúde, em Porto Alegre, está cada vez pior com esta Gestão. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação nominal, por solicitação dos Vers. Tarciso Flecha Negra e Mauro Pinheiro, o PLE nº 034/12 (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h6min.)

 

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